top of page

OUTRAS PRODUÇÕES E ATIVIDADES VINCULADAS

     Nos anos 1970, em muitas universidades de América Latina e do mundo buscaram-se alternativas pedagógicas precursoras, inseridas num clima de agitação social, efervescência cultural e expectativas políticas de mudanças estruturais. Em esses anos se implementaram em vários países diversos projetos pedagógicos universitários e em outros níveis de ensino. Construiu-se um fértil campo de intercâmbios,  interinfluências e debates, possibilitados por eventos acadêmicos- profissionais, publicações, viagens, como  também os exílios, que contribuíam para à circulação de ideias.
     Desde 2015, por iniciativa de graduados e estudantes começou-se a realizar encontros reivindicando o Taller Total e  a dimensão social da profissão. Neles foram apresentadas experiências que retomaram na atualidade os eixos de organização e premissas desenvolvidas pelos projetos pedagógicos , tanto do Taller Total como os citados anteriormente . E que se desenvolveram à contramão em contextos complexos e com o avance do processo homogeneizador da internacionalização do ensino superior impulsionada pelas políticas neoliberais. Hoje estas premissas estão em poucos casos nos currículos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo em diversos países.
     Porém, na atualidade, há muitos exemplos, desenvolvidos em faculdades públicas e privadas de diversos países que recolhem essa rica herança, muitas vezes até sem saber em forma consciente dessas gênesis.
¹

     Na maior parte dos casos, “o que restou” das experiências dos anos 70, cujas premissas permanecem como  aspirações, é a extensão universitária, encontrando- se geralmente em casos isolados nos currículos dos cursos de  Arquitetura e Urbanismo.
     A Extensão Universitária interligada às pesquisas acadêmicas contribui, de forma importante com o avanço do conhecimento científico a partir de derrubar os muros existentes na universidade, ao incluir outros saberes  provenientes do campo popular contribuindo na construção de uma base cognitiva e tecnológica mais sólida. Esse conhecimento coletivo e solidário permite criar métodos, processos ou técnicas que colaboram para resolver  problemas sociais e mediar conflitos socioambientais na luta pelos direitos das populações, quase sempre excluídas dos processos de planejamento dos territórios.
     Um desafio proposto para a atualidade é o de recuperar um diálogo que permita construir, no ensino de arquitetura e urbanismo, a interdisciplinaridade em torno da ação projetual.
     Os modos de desenvolver o conhecimento arquitetônico e urbanístico demandam a interdisciplinaridade e a  construção conjunta do conhecimento. Reflexionar sobre as interrogações de: como, porque, para que, para quem, com quem e o que ensinar e aprender são imprescindíveis na complexa realidade a ser
atendida.

 

 

 

¹ Podem se citar entre as exceções: Universidad de la República del Uruguay (UDELAR), da PUCC-Chile, da Universidad Nacional del Chile, em  Colômbia a Universidad de los Andes e a Universidad Nacional de Colombia, sedes Bogotá e Medellín. Em Brasil, o curso de Arquitetura e Urbanismo, parte do Instituto das Cidades (IC), da Unifesp. Em Foz de Iguaçu, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Integração Latino-Americana – CAU UNILA, cujo objetivo é atender as demandas para a melhoria da qualidade do espaço construído e habitado na América Latina,  onde cerca de 32% da população vive em bairros periféricos..

bottom of page